terça-feira, 17 de novembro de 2009

Delegada diz que não havia intenção de assalto na morte de mulher por pedra


Delegada Márcia Julião ouviu depoimento de motorista nesta terça (17).Copeira, de 41 anos, foi atingida na cabeça e morreu logo depois.


A delegada Márcia Julião, da 34ª DP (Bangu), disse, nesta terça-feira (17), que a pessoa que jogou uma pedra sobre um ônibus, resultando na morte da copeira Irene Moreira da Silva Pereira, não teve a intenção de assaltar. Irene morreu após ser atingida por um bloco de 20 kg, quando passava sob um viaduto em Bangu, na Zona Oeste do Rio.


“Na hora que houve o arremesso da pedra não existia ninguém lá embaixo para assaltar o ônibus”, afirmou a delegada Márcia Julião.
A copeira voltava para casa por volta das 22h de domingo (15). Por causa do temporal que atingia a cidade, dois ônibus passaram direto pelo ponto, sem parar. Foi na terceira tentativa que Irene conseguiu embarcar num coletivo. O motorista ainda falou com a passageira. “Nós vínhamos na última viagem, todo mundo tranquilo, conversando. Aí ela (Irene) falou: estou cansada, exausta, quero descansar. Foi a última palavra que ela me deu”, disse o motorista de ônibus, que preferiu não se identificar. Segundo o motorista, 40 passageiros viajavam no ônibus no momento em que a pedra abriu um buraco no teto. Irene estava sentada perto do trocador, e foi atingida na cabeça. O bloco de concreto que matou Irene estava num viaduto em obras, que fica localizado numa das vias expressas mais importantes do Rio, a Avenida Brasil. Peritos vistoriaram o veículo e pesaram o pedaço de concreto: 20 kg. A pedra caiu de uma altura de 4m 30cm, e estava a mais de 40 km/h ao atingir o ônibus. O impacto na cabeça da vítima dói o equivalente a 300 kg. “O pessoal pedindo ‘socorro, socorro’. Até a acompanhante que estava com ela, uma conhecida, como se fosse família, gritava: ‘socorro, ela é uma pessoa muito boa, ajuda, ajuda’. E a gente não tinha nada a fazer”, contou a trocadora de ônibus.



Investigação


A delegada Márcia Julião, que é a responsável pelo caso, diz que a pedra foi jogada de propósito: “Alguém pegou essa pedra e jogou essa pedra aqui de cima (do viaduto). Não há nenhum buraco aqui. A impressão que se tem é que foi um ato de vandalismo, um infeliz ato de vandalismo”, disse. O corpo de Irene foi enterrado nesta terça-feira. Na cerimônia, as duas filhas estavam inconsoláveis. Amigos e parentes não escondiam a revolta. “Peço a Deus que me dê fora para encarar minha vida sem minha mulher. Se alguém souber, denuncie esse elemento para não acontecer isso de novo com outra pessoa”, desabafou Luiz Carlos Pereira, marido da vítima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário